Para conversar sobre esse importante equipamentos do sistema de áreas verdes, os parques lineares foram apresentados na perspectiva da cidade e do exercício da cidadania.
No dia 3 de setembro, o ciclo de palestras “Sistemas de Áreas Verdes: apropriação para ação” trouxe, em seu segundo encontro, uma discussão aprofundada sobre os Parques Lineares da cidade. Estabelecido como meta no Plano Diretor Estratégico (PDE) de 2002, hoje eles são uma realidade, contribuindo em muitos aspectos na São Paulo.
Os 17 parques lineares existentes na cidade, como descrito no Art. 273 do PDE de 2002, na Seção IV dos Parques Lineares, possuem a função de “proteger e recuperar as áreas de preservação permanente e os ecossistemas ligados ao corpo d’água".
O encontro foi ministrado pelo Diretor da Divisão de Políticas Públicas e Transportes Não Motorizados (DEPLAN – 2), Sun Alex, que salientou a importância de espaços que integrem várias funcionalidades, trazendo a reflexão dos parques lineares vinculados a questão dos espaços públicos. Segundo ele “devemos lidar com a crise dos espaços públicos, crise essa de domínio e apropriação, para superarmos a idéia de que o que é de todos não é de ninguém”.
Os parques lineares oferecem resultados a longo prazo. Além de melhorar a condição dos córregos, garantindo segurança ambiental aos moradores dos arredores, os parques lineares também tem o compromisso de recuperar áreas públicas para convivência, promovendo mais um espaço de encontro e troca.
Um exemplo exitoso é o Parque Linear Canivete, localizado na Zona Norte da capital. As obras para sua revitalização terminaram em 2010, trazendo uma mudança significativa para o território. Com um visual mais acolhedor, o parque passou a receber periodicamente uma “feira sustentável”, estimulando o comércio local e integrando o parque ao bairro. Criar um espaço que possibilita o diálogo é oportunidade de transformar o padrão de ocupação dos espaços públicos, promovendo qualidade de vida e estimulando a cidadania na região.
Entender os Parques Lineares como elemento articulador dos bairros, incorporando-os a dinâmica da cidade, é estratégico na valorização tanto das áreas verdes quanto dos espaços de socialização. Mais do que isso, esses espaços cumprem a função de agregador das distintas políticas públicas. Na visão do palestrante “a recuperação dos fundos de vale adquire também função de organização social e de apropriação, pela população, de áreas públicas”
Outra questão abordada na palestra foi o papel do desenho dos parques neste processo de requalificar espaços públicos da nossa cidade, principalmente os Parques Lineares, por sua localização incrustadas nos bairros, muitas vezes em áreas onde houve a necessidade de retirada de população: “o desenho pode projetar nova visão de mundo, fazendo do direito a cidade um padrão de vida”.
O próximo encontro do ciclo “Sistemas de Áreas Verdes: apropriação para ação” acontece na próxima quinta feira (17), com a palestra Unidades de Conservação Municipais: estratégias para conservação da biodiversidade na Cidade de São Paulo", com a responsável pela APAs Bororé Colônia e Capivari Monos, Débora Gomes de Assis. Mais uma vez na sede da UMAPAZ, o debate acontecerá das 19h às 21h, com inscrições no local. Se possível, chegar com 15 minutos de antecedência.